05 September 2010
Chegando à Sé ontem por volta das 19h50 e de cara já era possível observar o primeiro acerto da Mimo deste ano. A mostra de cinema na frente da Igreja da Sé tinha sido re-arranjada. A fila de entrada para o concerto na igreja agora é começa na lateral da igreja (como quem vem do Seminário). Do lado contrário fica o telão, então quem está esperando pra assistir os shows acaba aproveitando a mostra de cinema como passatempo.
Bem, já lá dentro, tudo foi bem organizado, com muita gente orientando os espectadores. O único problema na igreja ainda é o calor. Mas foi só o show começar pra isso passar a ser segundo plano. O Canonge Trio, composto por Mario Canonge, de Martinica (nas ilhas caribenhas), Linley Marthe e Chander Sardjoe tem piano, baixo e bateria, respectivamente. Formação muito adequada para a mistura de ritmos que toca, mescla de jazz e melodias latinas. Em poucos minutos, a primeira música de Canonge já arrancava aplausos fervorosos do público. A velocidade das mãos do pianista deixou muita gente (literalmente) boquiaberta.
Ao fim da música, ele agradeceu e cumprimentou em português a plateia. Em francês, explicou que ia tentar se comunicar com o público através de uma mistura de inglês, espanhol, francês e até português (trouxe consigo um papel com algumas frases e palavras anotadas). Logo depois, apresentou a sua banda e explicou que a música seguinte faria referência aos tambores da terra de onde ele vem. O bateirista Chander Sardjoe tomou a frente com um solo inspirado.
Ao longo do concerto, o público foi construindo com o Canonge Trio uma relação maravilhosa, aprendendo a segurar mais os aplausos a cada solo de qualquer um dos três músicos, e interagindo massivamente com as músicas. A exemplo de uma melodia feita por Canonge em homenagem ao Haiti. Durante a música, o pianista pediu para o público se levantar e a cada vez que ele gritasse a palavra "beseba" (segundo ele, "abaixem-se" no idioma crioulo), os espectadores deveriam se abaixar. Foi um sucesso. Quem estava em pé não conseguia ficar sem dançar, principalmente quando ele acrescentou uma coreografia com as mãos, num estilo axé, enquanto todos cantavam, em uníssono, "uuuu-la! uuuuu-la!". Depois disso, aplausos em pé de um público em plena catarse. O concerto seguiu com mais algumas demonstrações maravilhosas dos músicos e, por fim, era claro que plateia e músicos não queriam que acabasse, aí teve bis. Finalmente, com quase 2h de apresentação, Mario Canonge fechou a 3ª noite da Mimo com mérito.
Por Diogo Madruga
Fotos: Marina Maranhão
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